quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Palavras escritas sobre mim*

*by Babi
Zaila merecia que se escrevesse sobre ela, um livro, ao invés de depoimento.
Tem em si todos os ingredientes de uma heróina pela qual vc se apaixona desde a primeira página: Infância tão rica e tão difícil... Personalidade forte, é daquelas pessoas que não tem medo de dizer sim ou não, que paga o preço de ser autêntica...
E quando os vilões da história aparecem e vc começa a roer as unhas e pensar que ela vai desistir, Zaila encontra no fundo do seu ser aquele resto de garra que a levanta e a mantém caminhando...
Ah, como não podia deixar de ser, ela procura um grande amor.
Acha alguns, é verdade, mas todos eles, embora encantados por seu canto de sereia, acabam por fugir de medo que ela os arraste para a profundeza de suas águas agitadas...
O homem certo tem que ser corajoso, mas, como em todo bom romance, sua chegada está guardada para o final.
Final feliz, é claro!
Parágrafo após paragráfo, Zaila vai escrevendo uma história só sua, cheia de balanço e riso, lágrimas e lutas...e que me enche de orgulho!

sábado, 18 de outubro de 2008

Aniversário

  • A gente sempre entra crise quando está perto do aniversário. Alguns ficam eufóricos, ansiosos, abrem contagem regressiva, fazem mil planos. Organizam a lista de convidados, preparam o cardápio de comidas e bebidas, negociam o horário da festa e o local, contratam uma banda de música ou um DJ e contratam até figurantes famosos.
  • Outros gostariam de não se lembrar que aniversário existe, gostariam de viajar para um lugar onde ninguém o conhecesse, sentar em um bar tomar uma cerveja, conversar com as pessoas, como se fosse um dia como outro qualquer. Mas não é um dia como outro qualquer?
  • A gente anseia tanto por este dia que quando ele chega seria necessário mais 48 horas para curtir, acho que é isso que faz a gente pensar que é um dia como outro qualquer...
  • Não tenho lembranças de grande alegria nos meus aniversários de infância. Fui investigar nos registro em fotografia e constatei a minha suspeita. Em todas as fotos eu estou fazendo bico, um bico meio assim de lado, sabe? Em nenhuma das fotos eu estou sorrindo.
  • Não sei dizer ao certo quando foi que eu comecei a me dar conta que não gosto do meu aniversário, nem sei o motivo que me levou a não gostar. Sei que hoje o que mais me angustia é perceber a solidão que eu sinto neste dia, perceber que não há nada grandioso ou especial para mim. Não estou querendo menosprezar o carinho da minha família e dos meus amigos, mas sinto um grande vazio no meu coração e na minha alma. É como se estivesse sempre faltando alguma coisa ou alguém.
  • Durante os últimos anos fiz as coisas mais para agradar as pessoas do para me diverti. Estou me lembrando do meu aniversário de 24 anos em que eu preparei uma Megafesta. Fiz bolo, salgadinhos, comprei cerveja, enfeitei a casa. Quando os convidados começaram a chegar eu ainda estava "fazendo a unha" (Gata Borralheira), corri tomei um banho, me arrumei e fui receber as pessoas. Todos servidos, ambientados, me tranquei no quarto por horas, ninguém notou a minha ausência. Achei bom, porque não gosto de ser "o centro das atenções", prefiro ficar nos bastidores. Vendo e ouvindo as pessoas se divertirem, dizendo que a comida está boa e a cerveja gelada.
  • É engraçado, mas nem as festas surpresas que tentaram fazer para mim deu certo. Eu sempre descobria antes ou alguém tinha que me contar, porque senão eu não ia, desmarcava ou sempre acontecia alguma coisa inesperada.
  • Este ano não vou fazer nada de diferente, vou fazer o que faço toda última sexta-feira do mês, vou para a Cinelândia curtir Black Music e depois para a Lapinha, quero ficar lá até o sol raiar, até o céu de azul-escuro passar a azul-claro, até os garis começarem a varrer a rua, tomar uma média com pão com manteiga e dormir com o sol rachando na minha cabeça. Quero ao meu lado meus amigos mais fiéis que compartilham a cerveja nossa de cada dia.
  • Quero encontrar o algo que me falta para completar meu coração e minha alma.