sexta-feira, 7 de novembro de 2008

E tudo mudou...*

*autor desconhecido.

  • O rouge virou blush
  • O pó-de-arroz virou pó-compacto
  • O brilho virou gloss
  • O rímel virou máscara incolor
  • A Lycra virou stretch
  • Anabela virou plataforma
  • O corpete virou porta-seios, que virou sutiã, que virou lib, que virou silicone
  • A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
  • A escova virou chapinha
  • "Problemas de moça" viraram TPM
  • Confete virou MM
  • A crise de nervos virou estresse
  • A chita virou viscose.
  • A purpurina virou gliter
  • A brilhantina virou mousse
  • Os halteres viraram bomba
  • A ergométrica virou spinning
  • A tanga virou fio dental
  • E o fio dental virou anti-séptico bucal
  • Ping-Pong virou Babaloo
  • O a-la-carte virou self-service
  • A tristeza, depressão
  • O espaguete virou Miojo pronto
  • A paquera virou pegação
  • A gafieira virou dança de salão
  • O que era praça virou shopping
  • A areia virou ringue
  • A caneta virou teclado
  • O long play virou CD, a fita de vídeo é DVD, o CD já é MP3
  • É um filho onde éramos seis
  • O álbum de fotos agora é mostrado por email
  • O namoro agora é virtual, a cantada virou torpedo e do "não" não se tem medo
  • O break virou street
  • O samba, pagode
  • O carnaval de rua virou Sapucaí
  • O folclore brasileiro, halloween
  • O piano agora é teclado,também
  • O forró de sanfona ficou eletrônico
  • Fortificante não é mais Biotônico
  • Bicicleta virou Bis
  • Polícia e ladrão virou counter strike
  • Folhetins são novelas de TV
  • Fauna e flora a desaparecer
  • Lobato virou Paulo Coelho, Caetano virou um chato
  • Chico sumiu da FM e TV, Baby se converteu, RPM desapareceu
  • Elis ressuscitou em Maria Rita? Gal virou fênix
  • Raul e Renato, Cássia e Cazuza, Lennon e Elvis, todos anjos Agora só tocam lira...
  • A AIDS virou gripe
  • A bala antes encontrada agora é perdida
  • A violência está coisa maldita!
  • A maconha é calmante
  • O professor é agora o facilitador, as lições já não importam mais
  • A guerra superou a paz e a sociedade ficou incapaz... de tudo.
  • Inclusive de notar essas diferenças.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Palavras escritas sobre mim*

*by Babi
Zaila merecia que se escrevesse sobre ela, um livro, ao invés de depoimento.
Tem em si todos os ingredientes de uma heróina pela qual vc se apaixona desde a primeira página: Infância tão rica e tão difícil... Personalidade forte, é daquelas pessoas que não tem medo de dizer sim ou não, que paga o preço de ser autêntica...
E quando os vilões da história aparecem e vc começa a roer as unhas e pensar que ela vai desistir, Zaila encontra no fundo do seu ser aquele resto de garra que a levanta e a mantém caminhando...
Ah, como não podia deixar de ser, ela procura um grande amor.
Acha alguns, é verdade, mas todos eles, embora encantados por seu canto de sereia, acabam por fugir de medo que ela os arraste para a profundeza de suas águas agitadas...
O homem certo tem que ser corajoso, mas, como em todo bom romance, sua chegada está guardada para o final.
Final feliz, é claro!
Parágrafo após paragráfo, Zaila vai escrevendo uma história só sua, cheia de balanço e riso, lágrimas e lutas...e que me enche de orgulho!

sábado, 18 de outubro de 2008

Aniversário

  • A gente sempre entra crise quando está perto do aniversário. Alguns ficam eufóricos, ansiosos, abrem contagem regressiva, fazem mil planos. Organizam a lista de convidados, preparam o cardápio de comidas e bebidas, negociam o horário da festa e o local, contratam uma banda de música ou um DJ e contratam até figurantes famosos.
  • Outros gostariam de não se lembrar que aniversário existe, gostariam de viajar para um lugar onde ninguém o conhecesse, sentar em um bar tomar uma cerveja, conversar com as pessoas, como se fosse um dia como outro qualquer. Mas não é um dia como outro qualquer?
  • A gente anseia tanto por este dia que quando ele chega seria necessário mais 48 horas para curtir, acho que é isso que faz a gente pensar que é um dia como outro qualquer...
  • Não tenho lembranças de grande alegria nos meus aniversários de infância. Fui investigar nos registro em fotografia e constatei a minha suspeita. Em todas as fotos eu estou fazendo bico, um bico meio assim de lado, sabe? Em nenhuma das fotos eu estou sorrindo.
  • Não sei dizer ao certo quando foi que eu comecei a me dar conta que não gosto do meu aniversário, nem sei o motivo que me levou a não gostar. Sei que hoje o que mais me angustia é perceber a solidão que eu sinto neste dia, perceber que não há nada grandioso ou especial para mim. Não estou querendo menosprezar o carinho da minha família e dos meus amigos, mas sinto um grande vazio no meu coração e na minha alma. É como se estivesse sempre faltando alguma coisa ou alguém.
  • Durante os últimos anos fiz as coisas mais para agradar as pessoas do para me diverti. Estou me lembrando do meu aniversário de 24 anos em que eu preparei uma Megafesta. Fiz bolo, salgadinhos, comprei cerveja, enfeitei a casa. Quando os convidados começaram a chegar eu ainda estava "fazendo a unha" (Gata Borralheira), corri tomei um banho, me arrumei e fui receber as pessoas. Todos servidos, ambientados, me tranquei no quarto por horas, ninguém notou a minha ausência. Achei bom, porque não gosto de ser "o centro das atenções", prefiro ficar nos bastidores. Vendo e ouvindo as pessoas se divertirem, dizendo que a comida está boa e a cerveja gelada.
  • É engraçado, mas nem as festas surpresas que tentaram fazer para mim deu certo. Eu sempre descobria antes ou alguém tinha que me contar, porque senão eu não ia, desmarcava ou sempre acontecia alguma coisa inesperada.
  • Este ano não vou fazer nada de diferente, vou fazer o que faço toda última sexta-feira do mês, vou para a Cinelândia curtir Black Music e depois para a Lapinha, quero ficar lá até o sol raiar, até o céu de azul-escuro passar a azul-claro, até os garis começarem a varrer a rua, tomar uma média com pão com manteiga e dormir com o sol rachando na minha cabeça. Quero ao meu lado meus amigos mais fiéis que compartilham a cerveja nossa de cada dia.
  • Quero encontrar o algo que me falta para completar meu coração e minha alma.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Quebra-Cabeça

  • Peça
  • Eu quero o prédio mais alto
  • Na margem da avenida mais trafegada
  • Peça
  • Eu quero a ponte mais alta
  • Sobre o rio mais fundo
  • Peça
  • Eu quero o precipício mais atemorizante
  • Na borda de um vale sem fundo
  • Peça
  • Eu quero a vida em mil peças
  • Para ter a esperança de encontrar a milésima
  • Que determina o fim do jogo.

sábado, 13 de setembro de 2008

Tem dias...

  • É, tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo isso aí que a gente achou que ia ser quando a gente crescer. E a nossa história de repente mudou, a gente não se reconhece e a gente se pergunta se está feliz com o rumo que a história tomou.
  • Bem, eu não caibo mais nas roupas que eu cabia, no espelho essa cara não é minha e quando eu me toquei achei me achei uma estranha. Os anos se passaram enquanto eu dormia e quem eu queria bem me esquecia. Será que eu falei o que ninguém ouvia, será que eu escutei o que ninguém dizia, EU NÃO VOU ME ADAPTAR!!!
  • Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu, a gente estancou de repente ou foi o mundo então que cresceu.
  • Eu achei que a vida fosse mole, mas na verdade ela é dura, me derrubou no chão. Mas agora eu sei e não acredito. Eu cansei de ter ilusão. Hoje eu sei e só acredito no que está na minha mão.
  • Era fatal que o faz de conta terminasse assim. Pra lá deste quintal é uma noite que não tem mais fim. Pois você sumiu no mundo sem me avisar. E agora eu sou uma louca a me perguntar o que a vida vai fazer de mim.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

O Limpo e O Sujo, O Rico e O Pobre, O Playboy e o Hippie

  • Há tempos eu venho conversando com meus amigos e amigas sobre as diferenças entre as pessoas. Principalmente depois que nós passamos a frequentar a Lapa, grande reduto boêmio carioca que concentra uma diversidade de "tribos".
  • "Quem vê cara, não vê coração", já dizia o dito popular. Muitas vezes nós julgamos as pessoas pelas aperências, pela beleza. Peraí?! Beleza?! Será que podemos usar este atributo como parâmetro?
  • Outro dito: "Quem ama o feio, bonito lhe parece". A beleza me parece ser algo subjetivo, algo que cada um sente, algo que atrai ou não atrai. A cor da pele, a testura do cabelo, o sorriso, a cor dos olhos, o nariz, a boca e daí por diante...
  • Essa discussão se intensificou mais nas duas últimas semanas, isto porque aconteceram dois eventos em que as aparências falaram alto e bem alto...
  • 1º) Uma amiga ao perambular pela Lapa encantou-se com um hippie, argentino, loiro, de olhos azuis, barba comprida, pele clara, magro, alto, mas argentino...
  • Geni, filha mais velha, com 25 anos, morena clara, cabelos negros, estatura mediana, muito bonita, simpática, boa cia, inteligente, descolada, família de classe média conservadora, com o nível superior completo, amigas da zona sul... prega o amor livre!!!
  • Não é novidade que ela se interesse por este tipo de homem, mas o problema não é a Geni e o que ela sente pelo Hippie Argentino e sim o juízo que as pessoas que estão ao seu redor fazem da atitude dela. Alguns amigos de Geni, uma minoria, a criticou seriamente por se envolver com um Hippie. Ficaram dizendo para ela que ele era sujo, não tomava banho, transava com todo mundo e poderia ter alguma doença. Isso foi o suficiente para colocar em dúvidas o sentimento de Geni pelo Hippie.
  • Porém, o que garante, hoje, que os caras "limpinhos", "riquinhos" e "playboyzinhos" estão realmente livres deste mesmo julgamento. Será que eles tomam mesmo banho todo dia? Será que eles transam com camisinha, sempre? Eu não ponho a minha mão no fogo por ninguém, aliás, muitas já ouviram a famosa frase: "Não tem camisinha, mas não tem problema gata. Eu gozo fora", como se uma gravidez fosse a nossa única preocupação. E as DSTs, alguém conhece? Hoje já são tantas que é difícil enumerá-las... Tenho amigas que contrairam HPV transando com seus namorados fixos e com anos de convivência, quem garante que eles são realmente fiéis?
  • Acretido que temos que ter cuidado ao nos envolver com qualquer tipo e pessoa, seja ela da zona que for, norte, sul ou da VM. O que nos chama atenção nas pessoas tem-se mostrado ser a aparência, mas isso não se sustenta se o cara não for realmente merecedor da nossa atenção. Temos sempre que ter cuidado...
  • 2º) Começo a a contar a segunda situação enfatizando o CUIDADO!!! Uma outra amiga, Débora, na noite de sexta-feira, saiu de casa para encontrar o namorado. Passava um pouco das 22h e ela resolveu ir de ônibus até as proximidades do bar em que seu namorado estava, mais ou menos três quadras de casa, do ponto de ônibus até o bar, que ficava na rua de trás, daria mais ou menos 100m. Débora, que estava vestida de maneira simples, camiseta, calça jeans e uma bolsa, não viu problemas em seguir até o bar sozinha. Quando ela estava a 50 m do bar observou que vinha um senhor "velhinho" em sua direção, segurou bem a bolsa, o senhor passou direto, ela continuou andando e olhou para trás. Viu que atrás dela vinha um jovem, aparentemente, muito bonito, bem vestido, cabelos cortados, barba feita... "Qualquer uma pegaria ele na nigth fácil" (comentário dela). Ela olhou para frente novamente e foi abordada pelo rapaz. Ele a segurou pelo ombro e disse para ela ficar quieta ou levaria um tiro. Ela estendeu a bolsa, mas ele não quiz pegar, o que aumentou sua angústia, pois ela percebeu que ele não queria dinheiro, então, o que ele queria? Ele levou, então, a mão até a cintura parecendo que ia pegar uma alguma coisa. Débora não ficou para ver, saiu correndo pela rua, no meio dos carros e chegou até o bar onde foi recebida pelos amigos e pelo namorado, que acharam por bem não ir atrás do meliante.
  • É, gente, "Quem vê cara não vê coração"!!! Ao ver o rapaz bem vestido, Débora não se preocupou com a sua segurança. Viu nele um par, alguém que estaria, de certa maneira, no mesmo nível que ela e que não representava uma ameçava. Na hora em que ela me contou o fato, lembrei-me de um assalto que sofri perto de casa, eram dois rapazes também bonitos e bem vestidos e me lembro também do comentário que fiz: "Dava mole pra eles fácil". Desde então, passei a ficar mais atenta com as situações, não saio para a balada com bolsa, levo apenas uma cópia do RG, pouco dinheiro e as chaves. Sigo as dicas dos amigos sobre os lugares tranquilos, ruas calmas, evitar transitar pelas ruas entre 6h e 8h, pois é a troca de guarda da Polícia Militar e, principalmente, estar sempre atenta a tudo e a todos.
  • "As aparências enganam"!!!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Evite ser traído (Arnaldo Jabor)

  • (Para as mulheres, uma verdade! Para os homens, a realidade)
  • Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos. Mas o que seria uma 'mulher moderna'? A principio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante... É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e de correr pros seus braços... É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer... Assim, após um processo 'investigatório' junto a essas 'mulheres modernas' pude constatar o pior.
  • VOCÊ SERÁ (OU É???) 'corno', ao menos que:
  • - Nunca deixe uma 'mulher moderna' insegura. Antigamente elas choravam. Hoje elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.
  • - Não ache que ela tem poderes 'adivinhatórios'. Ela tem de saber da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.
  • - Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol) mais do que duas vezes por semana, três vezes então, é assinar atestado de 'chifrudo'. As 'mulheres modernas' dificilmente andam implicando com isso, entretanto, elas são categoricamente 'cheias de amor pra dar' e precisam da 'presença masculina'. Se não for a sua meu amigo... Bem...
  • - Quando disser que vai ligar, ligue! Senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.
  • - Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As 'mulheres modernas' têm um pique absurdo em relação ao sexo e, principalmente dos 30 aos 42 anos, elas pensam - e querem - fazer sexo TODOS OS DIAS (pasmem, mas a pura verdade)... Bom, nem precisa dizer que se não for com você...
  • - Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????
  • - Nem pense em provocar 'ciuminhos' vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.
  • - Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um 'chifre' tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS 'comedor' do que você... só que o prato principal, bem... dessa vez é a SUA mulher.
  • - Sabe aquele bonitão que você sabe que sairia com a sua mulher a qualquer hora? Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece... Quando você reparar... já foi.
  • - Tente estar menos 'cansado'. A 'mulher moderna' também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - 'dar uma', para depois, virar de lado e simplesmente dormir.
  • - Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em 'baladas', 'se pegando' em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A 'mulher moderna' não pode sentir falta dessas coisas... senão...
  • Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão:
  • 'Quem não dá assistência, abre concorrência e perde a preferência'.
  • Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas 'mancadas'...
  • Proteja-a, ame-a, e principalmente, faça-a saber disso. Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele 'bonitão' que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!!!
  • Quem não se dedica, se complica.'
  • Como diz uma amiga: MULHER NÃO TRAI... APENAS SE VINGA.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Diferenças

  • Em mais uma noite de sexta-feira estávamos, eu e minhas amigas, a circular pelo centro do Rio de Janeiro. Era a última sexta do mês, dia em que rola um Baile Charme na Rua Álvaro Alvim na Cinelândia. Fazia algum tempo que nós não íamos ao Baile Charme, resolvemos então qual seria a primeira parada da noite. Ligamos e marcamos com o resto da galera. Aquela noite estava chovendo fino e frio, a maior parte da galera desistiu de sair. Ficamos, então, eu, Júlia, Mel, Flávia e Clara.
  • O Baile Charme chama a atenção por ser um encontro de pessoas que curtem o som, mas acima de tudo por reunir um número considerável de negros. Homens e mulheres que se destacam por sua beleza e por um estilo autentico de se vestirem e comportarem. Pelo nome do blog já deu para perceber que me identifico com bastante com o evento e além do mais é o lugar que reúne um número considerável de "negões", todos muito gatos...
  • Logo de cara a gente começou a fazer o reconhecimento do local, escolher o lugar pra beber, o lugar para ficar e os gatos que íamos investir nossa libido, que nas sextas estão pra lá de acumuladas. Cada uma com seu gato em vista, começa a troca de olhares, ajeitar o cabelo, sorrisos ao levar o copo de cerveja a boca e, principalmente, a dança... bem solta!!! Este tipo de investida na maioria das vezes dá certa, mas não garante sucesso na escolha do parceiro. E foi o que aconteceu comigo.
  • Avistei, logo que cheguei, um rapaz muito bem apanhado (nossa lembrei da minha avó agora, apanhado?!), dançando, com um sorriso lindo, negro, de cavanhaque, um pouco mais alto que eu, uma gracinha... deu-se início o jogo de sedução, olhares risos, mímicas... A Júlia, não aguentando mais ver a falta de iniciativa do rapaz e também com algumas cervejas na cabeça, se aproximou dele para puxar assunto e apresenta-lo para mim. Apresentações feitas, a surpresa! O cara era deficiente, não que isso seja algum impedimento para que me relacione com alguém, mas eu não conseguia entender o que ele falava. Ele sugeriu que nós fossemos para um lugar mais silencioso, eu aceitei. Ao sair falei com a Júlia: "Amiga, não consigo entender o que ele fala, acho que ele é fanho". Ela com uma cara de assustada olhou pra mim e disse: "Fica!". Eu não fiquei, fui conversar com o cara, afinal de contas o cara era gato e acredito que deficiências não devem ser impedimentos para nos relacionarmos com as pessoas.
  • Eu continuava a não entender o que ele falava, mas sabia que queria beijá-lo. Eu ficava balançando a cabeça, como se estivesse entendendo o que ele falava e ele queria realmente conversar... Ouvi alguns elogios, sorri timidamente e recebi, então, o beijo... Minha vontade foi dar meia volta e voltar para a companhia das minhas amigas. Na mesma hora comecei a pensar sobre os meus valores. Será que eu não gostei do beijo por que o cara era fanho? Eu que tanto trabalhei e trabalho para a inclusão educacional e social de indivíduos com deficiência estava sendo pré-conceituosa?
  • Com um sorriso meio "amarelo" disse a ele que tinha que falar com as minhas amigas, pois estava quase na hora de nós irmos embora. Não menti, íamos mesmo, mas não era para casa era para Lapa. Quando encontrei minhas amigas, em um desabafo, abracei Flávia, minha companheira nas lutas pela inclusão, e falei: "Amiga, o cara é fanho! Tô sendo pré-conceituosa!". Ela colocou as mãos na cintura, olhou bem pra mim e disse: "Amiga, ele beija bem, ele tem pegada?", eu respondi com um sorriso sem graça: "Não.", ela disse: "Então não enche meu saco, você não quer ficar com ele não é porque ele é fanho, mas porque ele não tem pegada..."
  • Realmente. Pensei sobre o que a Flávia falou, não importa se o cara tem deficiência ou não, não estava preocupada com isso. Todos somos diferentes!!! Mas a "PEGADA" tem muita importância e faz diferença na hora da escolha dos parceiros. A inclusão está em tratarmos todos da mesma forma.

Frases do fim de semana

  • Lapa - Rio de Janeiro
  • Ônibus 178 - "Vai tentando, vai tentando..." (em ritmo de 'solta essa porra' - MC Copinho)
  • "Eu sou cistite, incistite... não não insistente" - um homem bêbado tentando conversar com quatro garotas.
  • Arcos - "Gata me perdoa?" - um cara abordando uma garota.
  • "Tá perdoado meu filho, em nome de Deus segue seu caminho" - resposta da garota.
  • Arcos - "Vadia não, a cachorra é bem melhor. Sexo sem compromisso" - apresentação de MCs na república "gringa" da Rua Joaquim Silva.
  • Praia de Botafogo - "Pára o ônibus que eu quero vomitar". (pelo menos houve compaixão com os outros passageiros.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Parafraseando...

  • Eu já dei risada até a barriga doer, já nadei até perder o fôlego, já chorei até dormir e acordei com o rosto desfigurado. Já fiz cosquinha na minha irmã só pra ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela. Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho. Já quis ser bailarina, dentista, advogada e médica. Hoje sou Psicóloga.
  • Já me escondi dentro do armário para ninguém me ver chorar. Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já fiz confissões antes de dormir num quarto escuro para a melhor amiga.
  • Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. Já raspei o fundo da panela de brigadeiro, já me cortei me depilando apressada, já chorei ouvindo música no ônibus. Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de esquecer. Já subi em árvore pra roubar fruta, já caí da escada de bunda, várias vezes... Conheci a morte de perto e agora anseio por viver cada dia. Já fiz juras eternas, já escrevi no muro da escola, já chorei sentada no chão do banheiro, já fugi de casa pra sempre e voltei no outro instante. Já saí pra caminhar sem rumo, sem nada na cabeça, correndo na chuva fria e fina. Já corri pra não deixar alguém chorando, já fiquei sozinha no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só. Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar, já bebi cachaça até sentir os meus lábios dormentes e acordei com uma ressaca... Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar. Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso, já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
  • Já apostei em correr descalço na rua coberta com saibro, já gritei de felicidade, já roubei rosas na Praça de Ipiabas. Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas era um "para sempre" pela metade. Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos e os que estão longe "geograficamente", na verdade são os que estão mais perto. A vida é mesmo um ir e vir sem razão.
  • Eu sou assim, um sujeito constituído sócio-historicamente em eterna mudança. Sei quem fui e tenho uma vaga idéia de quem sou, mas o que serei... somente o tempo irá dizer.